domingo, 23 de maio de 2010

Palavriar

Deboche, libertinagem e devassidão, estroinice, segundo o dicionário, conjugando o debochar, é lançar na devassidão, tornar devasso, prostituir.
Sim, prostituir a palavra, uma vez não dita, escondida, marginalizada, não se faz palavra como comunicação e sim como um sussurro, afinal, sarcasmo não é pronuncia, é ironia amarga, insultuosa, escarniosa como prefiro chamar, um pouco chulo, e de chulo não se faz a crítica.
Palavra boa é a palavra dita, redita, escrita, lida, que extravasa pelos confins, que não volta atrás, não olha pra trás e voa tranqüila, oscilando a quem excita mas é sempre assim, clara, ela, sempre ela por mais que se renove em sentido.
E pra se fazer criticar, até mesmo à palavra, tem que se fazer de palavra. Pensamento que se concretiza, sendo bom ou ruim, mas solidifica conceitos, muda respeitos e se faz mostrar cara a tapa.
Palavra, palavra, palavra, como crítica, pensamento, como asas, que seja a palavra, que seja lançada, nunca voando baixo, nunca sendo baixa como a grosseria de um deboche.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Cronologicamente

E Lari lari ê, ô ô ô
E Lari lari ê, ô ô ô
E Lari lari lari ê, ô ô ô
É a turma da Xuxa que vai dando o seu alô!

Sabiam que a cada cinco anos surge uma nova geração? Isso significa que aquela calça no meio da cintura que já estava fora de moda na época, cinco anos depois vai ser motivo de vergonha nas fotografias.
E aquela música que você dança até o chão?! É, aproveite, e desça quantas vezes for preciso, até mesmo pra daqui há cinco anos você ter motivos pra sorrir, na época era moda mesmo...
Pensem, cinco anos mais tarde você poderá estar com o mesmo cabelo, as mesmas manias, no mesmo emprego, com os mesmos amigos, indo nos mesmo lugares, e mesmo assim você vai odiar o que é hoje. Quando estiver com vinte, não vai querer nem lembrar de como era e do que fazia aos quinze, quando estiver com trinta vai achar um absurdo as coisas que fazia aos vinte cinco, ou vice versa, afinal, tem gente que nunca quer envelhecer...
Mas me diz se você não riria se olhasse um cara caminhando com uma blusa regata, coladinha, decotada e curta... Os coroas de Hollywood que você mais baba já devem ter usado uma assim, mas isso quem sabe há cinco ou dez anos atrás.
É por isso que eu recomendo, nunca faça vinte anos, pule pro vinte e um, e depois vinte e seis, e trinta e um, e depois trinta e nove, quarenta e quatro, quarenta e nove... a partir de um certo ponto o bom mesmo é atrasar a contagem!

Só que brincadeiras a parte, o que muda de cinco em cinco anos mesmo são nossas concepções, nossos sentimentos, nossa criticidade, e isso é verdade. A cada nova geração surge uma nova maneira de se pensar o mundo, junto a novos comportamentos, que deveriam na maioria das vezes sempre melhorar, amadurecer, mas aí já vai da consciência de cada um. E no final das contas podem passar cinco, vinte anos, a moda passar, o mundo continuar girando,cronologicamente a gente vai continua vivendo e aproveitando quem sabe pra se criar histórias e fazer coisas que nunca imaginaríamos fazer há cinco anos atrás.

Fiado só amanhã!