quinta-feira, 10 de setembro de 2009

À menina que não aprendeu a sorrir


“Cobre a culpa vã, até amanhã eu vou ficar e fazer do teu sorriso um abrigo. Canta que é no canto que eu vou chegar, canta o teu encanto que é pra me encantar, canta para mim, qualquer coisa assim sobre você...”

É engraçado e até irônico como a ‘menina que não aprendeu a sorrir’ faz comigo ao acordar e vê ela saltando da cama me perguntando como foi a noite anterior, ou por que eu visto a roupa de centro cirúrgico sem avisar ninguém, é engraçado como ela tem a capacidade de simplesmente tornar do dia e alguemj qualquer um dia especial ou normal pelo simples fato de acordar, mas o que há de irônico nisso?! É que ‘a menina que não aprendeu a sorrir’ tem o sorriso mais mágico do mundo, feio ou bonito, torto, com aparelho ou sem, sendo simplesmente dela, é o único sorriso na face da terra que me faz chorar, chorar se vejo um depoimento no meu orkut, ou se escuto o dvd de Jorge Vercilo que ela demorou tanto pra conseguir, e eu não sou falsa por dizer que esse sorriso é lindo, é lindo por ser lindo e por ser o único que me faz feliz todos os dias.

Os últimos dezenove anos vieram cheios de surpresas, de início eu não gostei muito, além da minha mãe ficar internada por três dias e longe de mim esse tempo todo, o meu pai só queria saber de andar de um lado para o outro, a única coisa que eu sabia era que mamãe ia cortar a barriga pra sair de lá um bebê, mal podia adivinhar que aquele bebê seria meu também, compartilharia dos meus dias comigo, da minha comida, da minha atenção, dos meus carinhos, e mais ainda, não imaginaria que ela compartilharia da minha vida só pra fazer parte de mim.

Cacá, acordar do teu lado é tudo o que eu preciso pra sentir que acordei viva, poder te ver crescer, aprender e passar por tantas coisas que um dia já foram importantes pra mim também é viver contigo tudo que eu já vi de melhor, poder te contar sobre o meu dia e minhas confusões, meus problemas, minhas dúvidas.

Se um dia puder falar de amor, eu falo sobre o que sinto por ela, amor de mãe, maior do que qualquer coisa, amor que me faria matar e morrer pra vê a menina aprender a sorrir...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Qual o fio que une e que separa?

Lona posta, artistas maquiados, discursos afinados, forma-se o espetáculo. Peculiarmente, nesse circo os palhaços atuam sentados nas arquibancadas, se é que se trata de uma atuação! Circo onde a mão que lava é a que está suja, onde interesses e ideologias se misturam, confundem-se, fundem-se em uma coisa só e fazem da política, meio que deveria ordenar e organizar o país, um motivo de vergonha.

O conceito de partido político cai diante da maior ideologia pregada, a luta pela sobrevivência, quem tem mais poder se privilegia com o topo da cadeia alimentar, poder que é mensurado em números e valores de cédulas colecionadas. Esquece-se a ordem e parte-se para a execução do mais importante, o progresso pessoal.

E se um escândalo é pouco, podem se sentar e se deliciar, presidentes, deputados, mordomos e senadores aceitam entrar na dança pra continuar o show. Se esconder dinheiro em cuecas, lavar dinheiro em empresas, manipular emissoras e monopolizar o governo de um Estado não é ridículo o suficiente, os espectadores ainda podem se esbanjar em superfaturamentos de obras, quando há obras, empresas e funcionários fantasmas e, claro, sonegação do imposto de renda, afinal, é normal, todo mundo tem aquele empoeirado ato secreto no armário...

E o irônico é que nada pode deter esse ciclo, denunciar abusos de poder a cargos superiores é inútil, na política, quem cala se defende, chamar a polícia seria viável, lugar de ladrão é nas grades, mas não há muito o que se fazer quando a polícia é a primeira a roubar, qualquer movimento ou organização está envolvido nessa rede de interesses, ir contra um, é apoiar o outro.

A política vai se moldando, mostrando que o voto já nem vale mais, não existe democracia quando não existe nem escolha no voto, cassações ou candidatos trocando de partido são só exemplos que demonstram que não existe soberania da vontade da população, o caos é tanto que a escolha se torna cada vez mais difícil e sem sentido.

Bandeiras hasteadas, tomar partido pra quê? No final, tudo acaba por ser a mesma coisa e caminhar pra um só ponto, o ponto inicial de toda a discussão, um interesse em jogo, um bom discurso, platéia e pronto, forma-se a política brasileira, muito pão e os palhaços já dentro do circo.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Meu pronome pessoal

“O que há em um nome: se acaso a rosa não se chamasse rosa seria menos perfumada?”
Talvez Julieta não estivesse tão certa assim ao acreditar que um nome não poderia modificar o conteúdo. Porta uma identidade, objeto de poder e, desde a torre de Babel, forma de comunicação fundamental. Esse emaranhado de algumas letras carrega a responsabilidade de dizer quem se é e o que é, substantivizando o que tem que existir, transformando pronomes em objetos, lugares em pessoas, pessoas em números. Ninguém pode ser simplesmente nada, e mesmo se o fosse, “nada” nomeado seria.

E se um nome porta tanto poder assim o seu Um Dois Três de Oliveira Quatro talvez possa nos explicar melhor. Quantos valores, literalmente, quanta imaginação! homenagens a santos, inspirações hollywodianas.. a origem pouco importa, o fato é que quando prefixos e sufixos se juntam quase que poeticamente só nos cabe apreciar: Acheropita Papazone, adoração arabites, Caius Marcius Africanus, Carabino Tiro Certo, Hidráulico Oliveira, Inocêncio Coitadinho. De fato, coitadinho!
Mas nada compensa a felicidade conjugal de seu José Francisco Pinto, casado com a Maria José Brochado, ou o orgulho da Elizabeth em ser uma autêntica Rego Penteado. É, ter uma identidade pode não ser agradável à todos, mas paramos aqui com a inspiração dos irmãos Epílogo, Verso, Estrofe, Poesia e Pessíola Campos, filhos, com certeza, de um grande escritor com um grande senso de humor, um grande bom senso.

Gostando ou não nome é gosto, e gosto não se discute, principalmente para o velho Eleotério, a questão aqui nem é o seu nome mas a resposta pra uma pergunta nunca solucionada: da onde vem “Di Leo”? Meu adorado pronome pessoal, tão questionado e nunca entendido.
E antes que mais alguém me pergunte isso, vou logo adiantando que existem perguntas que não foram feitas para serem respondidas, nesses casos, nomes que não nasceram para serem entendidos, outros, só o velho Eleotério poderá responder...

Enfim. Feitas as apresentações, até os próximos papos furados, às conversas de buteco...

Fiado só amanhã!